sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
MENÇÕES HONROSAS
Melhor animação: Rio mas com menção ao injustiçado Happy Feet 2.
Melhor Comédia: Amor a Toda Prova
Melhor Ficção : Planeta dos Macacos - A Origem
Melhor Romance: Waiting For Forever
Melhor Drama: Inquietos
Melhor adaptação de quadrinhos: X-Men Primeira Classe
Melhor Atriz: a injustiçada Kirsten Dunst
Melhor Ator: o Astro do ano Ryan Gosling
Melhor Filme Brasileiro: O Palhaço
Melhor filme espirita: Alem da Vida
Melhor filme Evangélico: Para Salvar uma Vida
Ainda sobram comentários sobre filmes que surpreenderam mas ja não são mais considerados desse ano apesar de ter passado nos cinemas esse ano. Entre eles o surpreendente Cisne Negro que chegou quietinho e impactou o mundo inteiro. O feio, sujo e sensacional Biutiful. O didático Tudo pelo Poder que chegou a pouco aos cinemas e é um dos favoritos ao Oscar provavelmente.O injustiçado Arvore da Vida em que as pessoas tentam entender tudo literalmente ao invés de sentir.
E eu achava que assistiria Cavalo de Guerra ainda esse ano mas fica para a semana que vem...
MELHORES FILMES DE 2011
SUPER 8 - Uma obra prima do cinema atual.De sentar na poltrona e chorar de felicidade por estar assistindo o um filme bom pra caramba. Mas se voce ainda não viu, não espere um suspense, é aventura com A maisculo. A ação é mais pueril e nostálgica do que estamos acostumados hoje.E Lagrimas claro se voce sentir o que eu senti.Ame ou odeie, Super 8 pra mim é o melhor filme de 2011.
http://youtu.be/8oRQ8XrSKUA
MELANCOLIA - Lars Von Trier traz um filme sobre o fim dos tempos sob um ponto de vista bem diferente do costumeiro. Um Kirsten Dunst que conseguiu traduzir perfeitamente a agonia latente e o mal estar em ser um ser humano. Uma obra prima do cinema.
http://youtu.be/jvlc3h8VxPE
MEIA NOITE EM PARIS - Uma declaração de amor ao cinema, Woody Allen bate na tecla da aceitação, devemos aceitar o nosso presente ou fantasiar om o passado? Lindo.Brilhante!
http://youtu.be/99db-nW-nQc
OS PIORES FILMES DE 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Pleasantville (A vida em preto e branco, 1998) é desses filmes que têm um apelo fofuresco, capaz de divertir os mais distraídos, mas que trazem uma reflexão mais apurada, capaz de instigar os mais exigentes.
A imaginária Pleasantville é um seriado de TV da década de 50, embebido nos valores morais e anti-sépticos do sonho americano da época, com suas casas ajardinadas e famílias perfeitas. O antigo seriado é uma das paixões de David (Tobey Maguire), que vê em Pleasantville um mundo sem os conflitos e agressões, típicos da vida partilhanda com a irmã Jennifer (Reese Witherspoon), numa típica família desmembrada da década de 90.
Uma noite, um misterioso técnico de televisão (Don Knotts) percebe o imenso conhecimento de David sobre Pleasantville e oferece aos garotos um controle remoto especial. Ao apertar um botão, David e Jennifer são sugados para dentro da TV, transformados nos filhos em preto-e-branco de George (William H. Macy) e Betty Parker (Joan Allen), a família perfeita do seriado: Bud e Mary Sue.
No mundo "perfeitinho" e preto e branco de Pleasantville, não existe arte, sexo, incertezas, ou chuva. Papai sabe tudo, mamãe empaturra a família de panquecas no café da manhã, o time de basquete nunca perde, e a vida segue um curso inócuo e previsível. Esse é o cenário do primeiro filme do roteirista de Quero Ser Grande, Gary Ross: uma fábula sobre a utopia e a afirmação da individualidade. O filme foi indicado para o Oscar de trilha sonora, figurino e direção de arte.
Enquanto "Bud" tenta convencer a irmã de que eles devem viver de acordo com as regras imutáveis do seriado para não abalar o mundo equilibrado dos personagens, a voluntariosa Jennifer logo coloca sua insatifação a serviço de uma saudável anarquia. Depois de despertar a libido do capitão do time de basquete, a ordem em Pleasantville nunca mais será a mesma. Com a descoberta de prazeres e possibilidades insuspeitadas em seu universo estático, a cidadezinha começa a se tingir com cores vivas, contrastando com a mesmice monocromática e com os defensores da antiga Pleasantville, ressentidos com a destruição de seu acalentadostatus quo.
Os sentimentos edulcorados dão lugar à raiva, paixão, ciúme e insatisfação, que acabam colorindo a cidade com os tons da vida como ela é, em efeitos visuais impressionantes, desenvolvidos especialmente para o filme.
As melhores cenas são protagonizadas por Joan Allen, a reprimida dona-de-casa que descobre tardiamente os prazeres do sexo e se apaixona por Mr. Johnson (Jeff Daniels, o mesmo ator que sai da tela em preto-e-branco de um filme para a vida de Mia Farrow, no maravilhoso A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen). Dono da lanchonete onde Bud trabalha, Mr. Johnson percebe sua paixão pela arte e pinta, com todas as cores proibidas pelas autoridades locais, um mural vívido dos sonhos que o conformismo deixou para trás.
Pleasantville aborda os perigos de uma sociedade que repudia a diferença e valoriza a ignorância. Desta forma, o filme faz severa crítica aos “pequenos sentimentos” como a mediocridade, a mesquinhez e a alienação que permeiam o dia-a-dia. E deixa-nos algumas questões a respeito da felicidade humana. O que está em risco quando nos escondermos atrás de nosso conformismo e acomodação? O que nos impede de vivermos novas emoções a cada dia e sairmos do habitual? Uma coisa é certa: diante da realidade contemporânea, existe muito mais do que preto e branco. Sendo assim, o colorido que damos às nossas vidas é que determina o caminho para a felicidade e nosso bem-estar social. Mas, para que isso aconteça, é necessário que cada um de nós faça bem sua tarefa diária de imersão neste intenso universo de emoções. Nesse sentido, Pleasantville é uma ode ao hedonismo, à diferença e, sobretudo, à coragem.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
A ORIGEM
Um crítico sempre irá parecer pedante quando acha muitos defeitos na obra que está avaliando e sempre irá parecer puxa-saco quando só encontra qualidades. Fazer o quê, é nossa sina. É a realidade, ou é um sonho!
Em sonhos é onde se passa boa parte da trama espetacular de A Origem. Um delírio para nós é vermos que a mente inquieta de Christopher Nolan vem se desenvolvendo cada vez mais desde Amnésia, Insônia, Batman Begins O Grande Truque e O Cavaleiro das Trevas. Depois de transformar Batman num filme para adulto e fazer do Cavaleiro das Trevas uma espécie deFogo contra Fogo, em A Origem o diretor roteirista se supera de novo. A inovação está na forma de contar e na coragem de unir uma história já exaustiva (plano do roubo perfeito) com um Matrix repaginado.
Não fosse o talento do diretor, elenco e o tratamento dos personagens o filme já seria um achado mas é na profundidade que está o mérito da história. Sem descartar os demais personagens, o de Di Caprio é extremamente dúbio. Ele não é o mocinho padrão, antes disso, pois ele rouba segredos através dos sonhos, ou seja ele é simplesmente um ladrão. Com um passado nebuloso que conta com uma esposa morta e o abandono dos filhos. E ainda sim, torcemos por ele.
Por que? Porque adoramos a ideia conduzida e torcemos pela sua redenção, como o despertar de um pesadelo, em que tudo pudesse ser resolvido, exatamente como nos sonhos e exatamente como na maioria dos filmes com finais felizes.
E é justamente para agradar, enganar ou apenas complicar a mente do telespectador que Nolan constrói um mundo onírico cheio de camadas até o ponto de nos confundirmos sobre o que é sonho e o que é real e terminamos o filme com uma estranha sensação de que alguma coisa não se encaixa. Não porque a trama tenha sido mal conduzida mas justamente pelo contrário, por permitir diversas respostas, dependendo de que forma compreendeu certas partes da história. E o pior (ou melhor) é que essas respostas são extremamente satisfatórias.
Não é ótimo acompanhar a obra de um diretor que constrói obras assim, desde o seu início até A Origem?
Nota 10segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Encontro Explosivo
sábado, 15 de janeiro de 2011
Do Começo ao Fim
Mas não. A sensação comercial de margarina perdura por todo o filme. E não apenas pela estética. Nada acontece em "Do Começo ao Fim". Nada. Conflitos não existem. O relacionamento entre os irmãos não é visto com estranheza por quase ninguém. A mãe e o pai de um deles (as crianças são filhos de pais diferentes) esboça uma pequena preocupação, mas logo passa. Os temas "incesto" ou "amor homossexual" não são tratados de nenhuma forma.
Até aí, vamos relevar por um instante. Apesar de não corresponder com as expectativas criadas pelo trailer, pode ser que Aluisio Abranches não queria ter que obrigatoriamente tratar sobre tais temas, apenas falar do amor. O amor puro e simples. Mas nem deste tópico o diretor dá conta. Simplesmente não dá para acreditar neste amor, mesmo porque os donos dele são pessoas unidimensionais e sem profundidade. Quem é Francisco (Lucas Cotrim/João Gabriel)? Quem é Tomás (Gabriel Kaufman/Rafael Cardoso). O que eles querem? O que eles pensam? Quais são as características deles? E só um amar o outro e o outro amar o um? Como acreditar em um amor se não acreditamos em quem ama? A história de Francisco e Tomás não passa por nenhum tipo de conflito, e nem falo apenas dos conflitos que seriam naturais entre um casal de irmãos e o mundo à volta deles. Mas conflitos entre os próprios. O único, a viagem de um deles para Rússia, um problema que poderia ter saído de um capítulo sem inspiração de uma novela de Manoel Carlos, é resolvido em três cenas. Os pequenos conflitos consequentes deste são difíceis de engolir para um casal que se apaixonou no momento em que o mais novo abriu os olhos pela primeira vez na vida, e todos são solucionados em questão de minutos.
E como "Do Começo ao Fim" é um filme sem conflitos é de se concluir que Abranches abraçou o tema que vendeu no trailer apenas pela ideia de ser polêmico; que quis fazer uma produção sobre um relacionamento incestuoso e homossexual só pelo fato de ser incestuoso e homossexual. Explico: como este amor não passa por nenhum tipo de obstáculo, parece que Abranches considerou suficiente para o público ver dois irmãos tirando a roupa em câmera lenta e sem tirar o olho um do outro (uma das piores cenas do longa, aliás). Que só o fato de eles serem irmãos e se amarem seria possível para carregar o filme, mesmo que não sofram nenhum tipo de preconceito e mesmo que o amor dos dois não passe por nenhum tipo de prova. Abranches estava enganado e ele já deveria ter atinado para a questão no roteiro. Fico até me perguntando, aliás, qual é o objetivo de se fazer um filme assim. Para que contar uma história se ela não tem nada para ser contada?
São 90 e poucos minutos de um marasmo total e o elenco não ajuda muito. Os atores principais, tanto os mirins quanto os adultos, não têm muito o que fazer com papéis tão planos a não ser ligar o piloto automático e expressar suas falas artificiais de forma artificial. Fábio Assunção parece não acreditar em seu personagem. Louise Cardoso é sempre uma atriz interessante, mas seu papel não tem razão nenhuma de existir. A única pessoa que dá um pouco de sinceridade em um personagem que Abranches parece ter tido o mínimo de carinho para criar é Júlia Lemmertz. Aliás, se o filme tivesse tomado outro ponto de vista, o da mãe em relação aos filhos, poderia ter saído melhor.
direção: Aluisio Abranches; roteiro: Aluisio Abranches; fotografia: Ueli Steiger; montagem: Fábio S. Limma; produção: Aluisio Abranches, Fernando Libonati, Iker Monfort, Marco Nanini; com: Gabriel Kaufmann, Rafael Cardoso, Lucas Cotrin, João Gabriel Vasconcellos, Júlia Lemmertz, Fábio Assunção, Louise Cardoso, Jean Pierre Noher; estúdio: Lama Filmes, Pequena Central de Produções; distribuição: Downtown Filmes/RioFilme. 100 min