quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A ORIGEM

a_origemUm crítico sempre irá parecer pedante quando acha muitos defeitos na obra que está avaliando e sempre irá parecer puxa-saco quando só encontra qualidades. Fazer o quê, é nossa sina. É a realidade, ou é um sonho!

Em sonhos é onde se passa boa parte da trama espetacular de A Origem. Um delírio para nós é vermos que a mente inquieta de Christopher Nolan vem se desenvolvendo cada vez mais desde Amnésia, Insônia, Batman Begins O Grande Truque e O Cavaleiro das Trevas. Depois de transformar Batman num filme para adulto e fazer do Cavaleiro das Trevas uma espécie deFogo contra Fogo, em A Origem o diretor roteirista se supera de novo. A inovação está na forma de contar e na coragem de unir uma história já exaustiva (plano do roubo perfeito) com um Matrix repaginado.

Não fosse o talento do diretor, elenco e o tratamento dos personagens o filme já seria um achado mas é na profundidade que está o mérito da história. Sem descartar os demais personagens, o de Di Caprio é extremamente dúbio. Ele não é o mocinho padrão, antes disso, pois ele rouba segredos através dos sonhos, ou seja ele é simplesmente um ladrão. Com um passado nebuloso que conta com uma esposa morta e o abandono dos filhos. E ainda sim, torcemos por ele.

Por que? Porque adoramos a ideia conduzida e torcemos pela sua redenção, como o despertar de um pesadelo, em que tudo pudesse ser resolvido, exatamente como nos sonhos e exatamente como na maioria dos filmes com finais felizes.

E é justamente para agradar, enganar ou apenas complicar a mente do telespectador que Nolan constrói um mundo onírico cheio de camadas até o ponto de nos confundirmos sobre o que é sonho e o que é real e terminamos o filme com uma estranha sensação de que alguma coisa não se encaixa. Não porque a trama tenha sido mal conduzida mas justamente pelo contrário, por permitir diversas respostas, dependendo de que forma compreendeu certas partes da história. E o pior (ou melhor) é que essas respostas são extremamente satisfatórias.

Não é ótimo acompanhar a obra de um diretor que constrói obras assim, desde o seu início até A Origem?

Nota 10

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Encontro Explosivo


Comédia romântica de ação é um subgênero que volta e meia aparece nos cinemas, geralmente unindo grandes astros e bons diretores por serem fáceis de agradar homens e mulheres, tem renda fácil e colocam artistas em decadência ou precisando dar uma melhorada na imagem em evidência novamente.

Se não era o caso de Sr. e Sra Smith é com certeza o caso de Par Perfeito, Caçador de Recompensas e claro, Encontro Explosivo, papel que Tom Cruise preferiu ao de Salt, que acabou com Angelina Jolie. A história de Encontro Explosivo é tão implausível que ao tentar fazer paródias ou “homenagens” aos filmes de ação como Missão Impossível, Trilogia Bourne ou 007, termina, na verdade, parodiando os astros Cruise e Cameron Diaz.

Inverossímil e beirando mais o ridículo que o absurdo o agente (ou um espião?) envolve uma simpática moça (melhor seria dizer coroa, não é?) numa trama de espionagem e revela uma química entre os personagens. Claro que não vai ser fácil assim já que Tom Cruise é perseguido pela CIA e por perigosos traficantes espanhóis. Mas tudo é previsível (já disse isso, né?) e no final o mocinho fica com a mocinha e os bandidos terão o destino merecido.

Nem tanto pela irregular dupla de astros mas pelo diretor James Mangold, que realizou os ótimos Os Indomáveis e Garota Interrompida a história merecia um enredo mais caprichado. Onde é que o casamento da irmã da Cameron Diaz entra na historia? Onde é que o carro restaurado entra na história?

Pois é, se os roteiristas e diretor se esqueceram desses e de outros detalhes, façamos o mesmo. Depois de assistir, esqueça!