quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sexo Sem Compromisso

E ao contrário do que se poderia esperar de uma atriz vivendo seu ápice de prestígio e fama, não se trata de uma produção alternativa e desafiante, mas uma comédia romântica totalmente comercial onde ela forma casal com o marido da Demi Moore, ou, ainda, Ashton Kutcher. “Sexo Sem Compromisso” (No Strings Atached) é o nome do filme. Achei a escalação dos protagonistas um tanto bizarra. Ashton nunca acertou nada até hoje no cinema. Por que diabos Portman resolveu fazer o tal filme com ele, justamente agora? Seria o roteiro brilhante?

Comédias românticas têm, em geral, um roteiro bem padronizado. Mas de tempos em tempos vem um filme que modifica o lugar comum. Ultimamente, “500 dias com ela” foi o que veio para dar uma chacoalhada, e que chacoalhada, na mesmice. Fica evidente nesse “Sexo Sem Compromisso” uma tentativa de embarcar na onda do sensacional filme de Marc Webb. E, vou dizer, o roteiro tem até méritos, apesar de passar milhas distante da referência. Mas o filme derrapa na curva na forma com que é capitaneado: Ivan Reitman erra a mão do início ao fim na direção.

Ele que na década de 80 dirigiu o clássico “Ghostbusters”, além de “Gêmeos” e ainda acertou nos anos 90 “Um Tira no Jardim de Infância” e “Júnior”, todos filmes divertidos numa onda sem pretensão, parece ter perdido totalmente o jeito pra coisa nos últimos 15 anos. Só bomba. Dessa vez ele desperdiça as boa situações que são propostas pelo roteiro e conduz muito mal seu elenco.

Portman, evidentemente mal dirigida, enfraquece sua mocinha ficando chorosa demais em momentos totalmente equivocados. Por mais absurdo que possa parecer, Kutcher se sai bem melhor que ela vivendo um tipo distante de seu estereótipo. Mas também acaba tendo seu trabalho prejudicado pelo figurino e ambientação errados.

Em suma, todas a boas intenções que poderiam fazer de “Sexo Sem Compromisso” uma agradável diversão para uma tarde chuvosa de domingo ou uma noite de semana depois do trabalho são desperdiçadas deixando o filme simplesmente chatinho. Nada que incomode a degustação de pipoca na cadeira, mas é incapaz de gerar qualquer vontade de rever no DVD ou na TV daqui a um tempo. E isso para uma comédia romântica é fatal! Portman super poderia ter passado sem essa. Sua filmografia agradeceria.