Desenrolando o sexo
Das primeiras estreias do ano a que eu tinha mais expectativa de conferir é o longa Desenrola, depois das boas produções sobre o tema ano passado fiquei bem curioso para ver como se desenrolaria essa nova trama.
Rosane Svartman diretora e co-autora do roteiro, de cara teve um mérito fantástico, que é focar o filme, pois Desenrola surfa em um único tema o SEXO. A tão famosa e já explora primeira vez dos adolescentes é apresentada de peito aberto e com grande maestria pela diretora. O bom resultado do filme não é a toa afinal foram 5 anos de pesquisa sobre o tema, trabalho que rendeu até um livro e uma serie chamada “Quando éramos virgens”, exibida pelo canal por assinatura GNT.
Além disso o filme tem um grande elenco quase 100% estreante na telona que segura divinamente o filme, dentre esses dois estão excelentes, Amaral (Vítor Thiré) e principalmente o Boca (Lucas Salles) que rouba a cena fazendo um adolescente descolado, divertido, atrapalhado e muito carismático. Os momentos entre os dois são sem dúvidas os mais divertidos do filme.
Desenrola consegue falar a língua dos adolescentes e flertar com praticamente todas as questões sexuais que povoam a mente da galera dessa faixa etária, ora falando da virgindade, ora do uso da camisinha, ora sobre homossexualidade, ora sobre aborto tudo de uma forma leve e nem por isso superficial. Com certeza você vai se identificar com isso, pois mesmo que já não seja um adolescente o roteiro teve outra grande sacada que foi trazer referências dos anos 80 para mostrar o quanto esse tema é atemporal, a diferença está como encarar-lo.
Antes de terminar tenho que dar minha mão a palmatória, pois eu nunca gostei da interpretação de Kayky Brito, mas nesse filme ele realmente conseguiu mostrar que as vezes um bom papel pode fazer a diferença na vida do ator, calma, não estou dizendo que ele teve a atuação da vida dele, mas que ele conseguiu passar verdade na personagem, o que para mim nunca havia sentido antes.
Vale destacar também algumas participações como de Cláudia Ohana, Juliana Paes e Pedro Bial, vamos dizer assim, bem explorados no que eles têm de melhor (risos).
Sem dúvida recomendamos essa ótima produção que está nas locadoras. Vale muita a pena ver, eu posso dizer, esse ano foi o filme que mais me emocionou e me fez sair do cinema muito satisfeito.
DESTAQUES
A linda fotografia que consegue, assim como em As melhores coisas do mundo colocar como pano de fundo a cidade local, que nesse caso é o Rio de Janeiro, de forma brilhante.
A tão falada mais realmente boa trilha sonora, que tem total expiração nos anos 80. E ainda apresenta uma música original que eu adorei, Desenrola do grupo Agnela .
E ainda não posso deixar de comentar a maravilhosa sacana dos créditos finais que não vou contar, mas é genial e totalmente oportuna para o universo apresentado no filme. NOTA 10.
SINOPSE
Priscila (Olívia Torres) tem 16 anos e se acha uma garota normal demais, principalmente, quando repara em suas amigas. Quando sua mãe viaja a trabalho e ela fica sozinha em casa, decide que vai dar um jeito na sua caretice e vai fundo nessa ideia. Entre as muitas mudanças que pretende promover na sua vida, a virgindade parece ser uma das prioridades, mas sera que a hora certa é agora? Embora esteja decidida em investir no mais galinha da turma (Kayky Brito) para viver sua primeira experiência sexual, um trabalho em grupo na escola e uma viagem com amigos, podem mudar para sempre as suas expectativas porque ela descobre que nem tudo é exatamente como dizem e a verdade pode ser bem diferente da realidade.
ELENCO